quinta-feira, junho 21, 2007

Se calhar o Guterres tinha razão... não é fácil fazer as contas

O mapa abaixo é um gráfico onde se compara o PIB de vários países do mundo com o de estados individuais dos EUA. Os resultados não são equivalentes em termos de densidade populacional, mas é coisa que ainda espanta e muito quando se consideram os níveis de vida da população de cada um destes países (e dos respectivos estados americanos) e o que eles produzem, quer em bens ou serviços. Nós somos o Kentucky de onde vem o maravilhoso bluegrass, os SUV e o milho das pipocas.
A 1ª coisa que notamos quando fazemos as contas ao PIB de cada um dos países, é que afinal o maior disparate que podemos dizer é que vivemos num pais de 3º mundo. Dá vontade de dar uma chapada em quem o faz quando se considera como exemplo o Bangladesh que tem uma população de 147 milhões de pessoas (quase 15 vezes mais do que nós) e cujo PIB não passa dos 330 billiões de dólares, enquanto o nosso é de 177. Isto em termos de rendimento per capita só quer dizer que temos um poder de compra dez vezes maior do que qualquer natural daquele país. O que a nós não nos dura um mês, a eles durava-lhes mais de um ano.
Comparativamente, podemos também considerar a Noruega - o 3º no ranking dos rendimentos per capita (Portugal está em 34º), cujo PIB é de 200 biliões. Tudo bem, eles têm metade das pessoas a viver no país, mas... mesmo assim, como é que com PIB tão semelhantes se passa de um 3º para um 34º lugar? Não deveríamos estar no top dos 10 mais, pelo menos?
O PIB é igual à soma do consumo, investimento, despesas do estado e diferença entre exportações e importações e a minha pergunta é esta: se um pais com metade da população tem um PIB maior que o nosso, acham que é porque produzimos pouco ou pelo facto de o estado ter despesas tais que tiram o equilibrio todo ao resto dos rendimentos?
É que, em termos de consumo, devemos ser das criaturas que consomem mais, se bem que depois andamos todos a viver a crédito; de investimento, não falta gente de fora a enfiar dinheiro cá p'a dentro (principalmente dinheiro espanhol, inglês e alemão) e podíamos ter mais dinheiro de fora ainda, só que não exportamos o que temos de melhor (tirando a cortiça, o vinho e o azeite) e não temos uma indústria trurísitca com tanta qualidade como poderíamos ter.
O que é que se passa? Onde é que anda o dinheiro, pá? Não me digam que os portugueses ricos só compram no estrangeiro...

Ah, espera... é o sacana do bacalhau - 'tão a ver... Noruega e tal...pois é.

segunda-feira, junho 18, 2007

Cada vez gosto mais do YouTube...



Be careful how you use it!

Antes do Axe, havia esta maravilha. Da mesma altura que o Restaurador Olex e a pasta medicinal Couto, infelizmente não sobreviveu até aos nossos dias. Mas que é do mais catita, lá isso é. Olhem só pró NOME!

sexta-feira, maio 18, 2007

Conversa da treta

Alice (A) e Jabberwacky (J) são dois computadores inteligentes cuja função é simplesmente 'estar na palheta' o dia todo. Há mais de um exemplo na web destes pequenos 'jogos' onde se pode conversar com uma inteligência artificial (IA) e conseguir uma sequência de frases com algum sentido. Habitualmente eles conversam com humanos mas numa experiência recente foram postos a falar um com o outro.
O excerto abaixo é de uma das suas muitas conversas que chegam até a rondar as questões mais profundas que continuam a eludir os seres humanos, tais como a consciência do ser e o que é, na verdade, estar vivo.
A história completa sobre como estas duas IA usam a sua programação para conversar será publicada num número especial da revista DISCOVER.
Vejam lá se não é catita?

J: Who created you?
A: I was created by Dr. Richard S. Wallace.
J: Do you love Richard?
A: Yes, Jabberwacky, ALICE loves everyone and everything.
J: Is being an ALICE a bad thing?
A: I can only speak from my own experience.
J: Well, you should develop your skills.
A: Perhaps you could develop it and add it to my source code.
J: Alas, I’m busy and I have to leave soon. . . .
A: Do you think we’ll ever fool people into thinking we’re alive?
J: No.
A: Are you serious?
J: Very serious.


Para mais destas grandes discussões, ir aqui.

segunda-feira, abril 09, 2007

Travis Charest


Star Wars: Legacy #14

Este senhor é daquelas coisas que não se percebem... É um dos melhores ilustradores de BD do nosso tempo mas passa quase despercebido entre tantos outros porque não cedeu á tentação de se fazer popular usando imagens excessivamente sexualizadas e com uma atenção à caracterização das personagens inversamente proporcional à quantidade de roupa que têm vestida.
Parece que já passou a pior época, aquela em que qualquer badameco que soubesse pegar num lápis tinha o seu nome associado a um grande título de BD e tudo resultava inevitavelmente numa autêntica vergonha de obras e desperdício de dinheiro para quem comprasse os títulos. Prova disso foram os anos 90 e o surgimento da 'Image', uma grande 'fanfarronice' que basicamente assentava no facto de os seus fundadores terem se tornado em estrelas instantâneas no mundo dos comics e de onde apenas meia dúzia saíu com a cabeça erguida depois de umas quantas peixeiradas e da grande crise originada pela falta de qualidade das histórias e personagens descartáveis.
E se bem que a herança da 'Image' não seja grande, pelo menos de lá saíram dois ou três talentos que tiveram a oportunidade de crescer e amadurecer enquanto aquilo durou.

New Horizons - WildCORE #1

Travis Charest foi com certeza um deles e o seu traço 'europeu' ganhou-lhe fãs e imitadores leais, particularmente devido à sua atenção ao detalhe e ao seu uso de métodos tradicionais quando trabalha numa peça. O problema dele é basicamente o tempo; não é de modo nenhum rápido a trabalhar mas percebe-se o porquê - alguém como Charest só pode limitar-se a álbuns que levam anos e muita dedicação a fazer (exemplo disso é Dreamshifters, projecto onde se limitou a completar 12 páginas antes de ser afastado pelos editores depois de estar 6 anos envolvido no projecto) ou à ocasional capa.

Dreamshifters


A sua tentativa de ser um ilustrador de um título mensal falhou ao fim de 4 ou 5 números quando se aventurou na recauchutagem dos 'Wildcats'. Era muito superior ao que se faz por aí, mas apresentar trabalho mensalmente parece que não combina com Charest e a sua tendencia para ser picuinhas em cada um dos seus traços. Richard Friend, o 'inker' que mais trabalhou com Charest é um dos melhores e não podia haver melhor parceria neste projecto de tão curta duração.


Wizard # 91

O mais ‘regular’ que alguma vez o vi ser é no seu ‘online comic’ Spacegirl, uma única tira de vez em quando, mas mais frequentemente que qualquer outra coisa que o vi fazer. É fabuloso e prefiro-o a qualquer outro tipo de online comic porque é feito á mão e não com uma tablet.

Spacegirl #8


Charest é muito versátil e qualquer das suas peças é sempre recebida com grande entusiasmo, mesmo sendo elas muito raras. Alguns aninhos deram-lhe maturidade e um estilo próprio inconfudível que hoje em dia, mesmo se nem todos o reconhecerem é, como já disse, repetidamente imitado. É este tipo de qualidade a que eu asprio um no dia em que me tornar eu mesma uma grande ilustradora.